O sistema judicial voltou a ser identificado pelas empresas como o domínio com o indicador de custos de contexto mais elevado, segundo dados do INE relativos a 2021.
As empresas reportaram um agravamento dos custos de contexto em 2021, cujo indicador aumentou para 3,09 valores (numa escala de um a cinco), mantendo-se o sistema judicial como o domínio mais apontado, divulgou esta terça-feira o INE.
“Em 2021, o indicador global de custos de contexto, que agrega nove domínios, registou um valor de 3,09, numa escala de um a cinco, superior aos registados em 2017 (3,05) e 2014 (3,04)”, aponta o mais recente ‘Inquérito aos Custos de Contexto’ do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Nesta edição do inquérito, o sistema judicial “voltou a ser identificado pelas empresas como o domínio com o indicador de custos de contexto mais elevado”, com um valor de 3,61. Ainda assim, foi o único domínio a registar um decréscimo entre 2017 e 2021 (-0,06).
Seguiram-se os licenciamentos e o sistema fiscal, com indicadores de custos de contexto de 3,47 e 3,27, respetivamente.
Por oposição, o financiamento, as indústrias de rede e as barreiras à internacionalização constituíram obstáculos mais reduzidos à atividade da maioria das empresas, com indicadores de 2,62, 2,76 e 2,76 valores, respetivamente, em 2021.
“Apesar de não aparentarem constituir, globalmente, obstáculos elevados ao exercício da atividade das empresas”, os domínios dos recursos humanos e das indústrias de rede apresentaram, entre 2017 e 2021, os maiores aumentos do indicador de custos de contexto (+0,17), “refletindo a maior dificuldade no acesso a técnicos qualificados e na contratação de trabalhadores, bem como os aumentos do custo dos serviços relacionados com o fornecimento/acesso a combustíveis líquidos e com o transporte de mercadorias marítimos/fluviais e terrestres neste período”, nota o INE.
Por setor de atividade, a indústria destaca-se com o indicador mais elevado de custos de contexto (3,26) e também como o que mais aumentou desde 2014 (+0,14).
Em 2021, as empresas de pequena e média dimensão continuaram a apresentar o indicador global de custos de contexto mais elevado — 3,15 pontos, +0,6 que em 2017 — enquanto as de micro dimensão percecionaram níveis de custos de contexto mais baixos, mantendo o valor do indicador inalterado em relação a 2017 (2,94).
Numa análise por localização geográfica, foi no Continente que se registou o valor mais elevado para este indicador, em oposição à Região Autónoma da Madeira, com o valor mais baixo (3,09 e 2,96, respetivamente).
in Observador | 26-07-2022 | LUSA
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