O Citius Plus custou cerca de 1,2 milhões de euros e a Aplicação de Gestão do Inquérito-Crime perto de 1,4 milhões de euros.
in Sábado | 30-03-2018 | Mariana Branco
Nos últimos anos, o Estado gastou 2,6 milhões de euros em sistemas informáticos para o Ministério da Justiça que se revelaram um desperdício. O Citius Plus custou cerca de 1,2 milhões de euros e a Aplicação de Gestão do Inquérito-Crime perto de 1,4 milhões de euros – os dois programas não foram utilizados por não corresponderem às necessidades, noticia esta sexta-feira o Público.
No segundo Governo de José Sócrates, em Junho de 2010, o projecto Citius Plus foi entregue pelo antigo Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça à Critical Software – empresa que tinha sido contratada, um ano antes, pelo Ministério da Justiça para fazer uma auditoria ao Citius. Nessa altura, encontrou 21 falhas na segurança do sistema informático utilizado pelos tribunais.
Assim, a Critical Software foi contratada para melhorar a plataforma Citiuis – projecto concluído em Junho de 2011. Contudo, apesar de ter estado instalado no Tribunal da Figueira da Foz em fase de testes, acabou por ser descartado e nunca utilizado.
Em causa esteve um relatório, de Maio de 2011, onde os técnicos que desenvolveram o Citius consideraram que o essa nova versão, apesar de possuir "algumas funcionalidades adicionais para colmatar algumas situações relacionadas com questões de segurança" adicionava "uma nova série de dificuldades e constrangimentos". Além disso, os técnicos garantiam que os problemas de segurança tinham sido resolvidos no Citius original.
Já a Aplicação de Gestão do Inquérito-Crime, projecto feito em parceria com a Procuradoria-geral da República, pretendia desenvolver uma aplicação para o Ministério Público usar durante a fase de inquérito – contudo, e apesar de ter custado 1,4 milhões de euros sem IVA, nunca funcionou.
O Ministério da Justiça, contactado pelo jornal, refere que "a PGR levantou reservas quanto à sua estrutura e ao seu desenvolvimento à data e o executivo anterior não deu seguimento ao mesmo".
Já a Procuradoria-geral da República afirma "que o AGIC não reunia as características adequadas para responder às actuais exigências de investigação criminal".
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