Associação de defesa dos imigrantes diz que há mais de 30 mil ilegais em Portugal sem resposta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. SEF garante que está a fazer tudo para ser mais rápido.
A associação Solidariedade Imigrante espera fazer esta segunda-feira em Lisboa, à porta do Parlamento, um dos maiores protestos de sempre de estrangeiros sem documentos a viver em Portugal.
A associação garante que são mais de 30 mil os imigrantes sem papéis no país, quase todos vindos da Ásia e África, já com direito à legalização porque trabalham e descontam, mas sem resposta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
O presidente da Solidariedade Imigrante destaca que o governo considera que o país precisa de imigrantes, mas depois tem milhares já no país a quem o SEF não dá resposta por falta de meios ou porque interpreta de forma demasiado rígida, segundo defende, uma norma da lei sobre a forma como chegaram a Portugal.
Contactado pela TSF com perguntas concretas sobre o tempo de espera que enfrentam estes imigrantes quando pedem para ser legalizados e quantos processos estão pendentes, o SEF não responde a nenhuma das perguntas feitas.
O SEF apenas adianta que tem "tomado medidas tendo em vista a melhoria do atendimento ao público e a celeridade na instrução processual", com aposta e investimentos na parte tecnológica.
O SEF acrescenta ainda que vários processos chegam incompletos por parte dos requerentes o que atrasa a legalização.
Inspetores do SEF dizem que imigrantes têm razão
Do lado de quem trabalha no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o presidente do Sindicato da Carreira de Inspeção e Fiscalização, que representa os inspetores, dá razão aos protestos dos imigrantes.
O presidente, Acácio Pereira, admite que o SEF não tem meios para dar resposta à procura dos imigrantes e a lei de imigração está mal feita.
A associação Solidariedade Imigrante espera reunir esta segunda-feira em Lisboa "a maior concentração de sempre de imigrantes", num protesto organizado em parceria com várias comunidades estrangeiras, sobretudo da Ásia e de África.
in TSF | 14-05-2018 | Nuno Guedes
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